Fim do TikTok nos EUA: o que está em jogo para usuários e empresas

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Foto de Aaron Weiss na Unsplash

No próximo dia 19 de janeiro, os Estados Unidos podem desligar completamente o TikTok. A Suprema Corte decidirá se mantém a lei que o presidente Joe Biden assinou em abril. Essa lei exige que o aplicativo se desvincule da controladora chinesa, ByteDance, ou seja vendido para uma empresa americana. Caso contrário, o país proibirá o aplicativo de operar.

A controladora ByteDance tem indicado estar preparada para “desligar” o aplicativo imediatamente se a decisão for desfavorável, repetindo o que ocorreu na Índia em 2020, quando o app foi banido e se tornou inacessível da noite para o dia. Noel Francisco, advogado do TikTok, confirmou em audiência que, se perderem o caso, “a plataforma será desligada”. Entre as opções, está tornar o aplicativo inutilizável ou mantê-lo sem atualizações, o que o degradaria progressivamente.

Impactos econômicos e culturais

O TikTok não é apenas uma rede social, mas uma plataforma de cultura digital que movimenta bilhões de dólares e sustenta milhares de criadores de conteúdo e empresas nos EUA.

Em 2023, o aplicativo ajudou a sustentar cerca de 224 mil empregos nos Estados Unidos, enquanto pequenas e médias empresas (PMEs) geraram quase US$ 15 bilhões em receita por meio da plataforma. Esse movimento também teve reflexos fiscais: o uso do TikTok por PMEs resultou em US$ 5,3 bilhões em impostos pagos ao governo americano.

A experiência da Índia oferece um vislumbre do que pode ocorrer. O banimento do TikTok no país em 2020 forçou 200 milhões de usuários a migrarem para alternativas, como Reels, do Instagram, e Shorts, do YouTube. Nos EUA, os usuários podem enfrentar o mesmo cenário.

Além disso, para marcas e criadores, a perda de uma plataforma como o TikTok significaria reformular estratégias e redirecionar investimentos. O desligamento imediato seria apenas o início de uma guerra maior sobre o papel da tecnologia chinesa no mercado global.

Ao mesmo tempo, a situação destaca como governos estão se tornando peças-chave para determinar o futuro das big techs. A necessidade de atender a questões de soberania e segurança digital já gerou precedentes no Brasil, União Europeia e na Índia, que baniram aplicativos que não se adequaram às leis locais.

Enquanto o prazo de 19 de janeiro se aproxima, os 170 milhões de usuários americanos, junto com empresas e criadores, aguardam ansiosamente o resultado. Se os Estados Unidos realmente desligarem o TikTok, o aplicativo deixará um vácuo difícil de preencher na cultura digital americana.

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