Por que comprar domínios pode ser tão complicado?

Foto de Remotar Jobs na Unsplash

Quero compartilhar com vocês uma experiência que tive em 2023 envolvendo a compra de um domínio adquirido por outra pessoa no Registro.br. Talvez você já tenha passado por algo parecido ou, quem sabe, isso possa servir como alerta caso decida comprar domínios de um terceiro no futuro.

Tudo começou com a ideia de adquirir o domínio mobilidade.com.br pois tenho outros domínios sobre mobilidade urbana como mobilidadesampa.com.br e mobilidadebh.com.br.

É claro que o mobilidade.com seria uma opção ainda melhor, mas o preço desse domínio é praticamente inacessível. Então, fui atrás da versão com “.br”, que parecia mais viável.

Ao consultar o cadastro do domínio, encontrei um e-mail para contato e resolvi tentar a sorte. Era um sábado quando enviei a mensagem, usando meu e-mail do site Mobilidade Sampa, explicando meu interesse.

Para minha surpresa, em menos de uma hora, recebi uma mensagem no WhatsApp da pessoa que é proprietária do domínio. Até aí, tudo bem. O problema veio com o preço: R$ 15 mil! Isso mesmo, um domínio que provavelmente foi comprado por R$ 40 estava sendo oferecido por um valor absurdamente alto. Para mim, isso é uma total injustiça. Esse tipo de prática é muito comum no mercado de domínios, onde as pessoas compram nomes genéricos ou de alto interesse apenas para revendê-los por valores exorbitantes.

A pessoa até mencionou que faria a venda com todos os procedimentos formais, incluindo a assinatura de um certificado digital. Porém, eu não quis me comprometer com nada.

Alternativa

Para ter certeza de como proceder, conversei com o Vitor, advogado especializado em registro de marcas. Ele me explicou que, infelizmente, esse tipo de prática é legal e bastante comum. Muitas vezes, o único recurso é tentar negociar ou entrar na justiça, especialmente se você tem uma marca registrada no INPI que corresponda ao domínio desejado.

O advogado sugeriu que, no caso de eu ter uma marca registrada – por exemplo, “Joias de Saturno” – e outra pessoa possuir o domínio joiasdesaturno.com.br, eu poderia entrar com um recurso judicial para negociar um preço mais justo. Claro, isso não garante que o problema será resolvido rapidamente, mas pelo menos é uma alternativa.

Nas poucas vezes que precisei registrar marcas, contei com a ajuda do Vitor. O serviço foi excelente, e o Instagram dele é uma boa referência para quem precisa de ajuda nesse tipo de questão. Não é merchan, apenas uma recomendação pessoal.

Conclusão

Minha opinião é que deveria haver algum tipo de regulação no mercado de domínios. Não faz sentido permitir que uma pessoa cobre o valor que quiser por algo que, na prática, não custou tanto. Talvez o Registro.br pudesse impor um limite para revenda ou, ao menos, exigir uma justificativa para preços abusivos.

Se você está pensando em comprar um domínio que pertence a um terceiro, aqui vai um conselho: prepare-se para negociar e, se possível, registre a marca relacionada ao nome que deseja. Isso pode facilitar muito o processo. Enquanto isso, seguimos na luta por mais justiça no mercado de domínios!

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