Como a inteligência artificial está transformando a mobilidade urbana

Durante o evento Parque da Mobilidade Urbana, realizado em São Paulo, nos dias 13 e 14 de junho, líderes de diversas empresas discutiram como a inteligência artificial (IA) está revolucionando o setor de mobilidade urbana.

A discussão foi moderada por André Telles, diretor de mercado da Celepar, e contou com a participação de executivos de empresas inovadoras no segmento.

Gustavo Balieiro, diretor da Bus2, destacou que a familiaridade dos usuários com ferramentas como o ChatGPT tem aumentado a demanda por serviços públicos rápidos e eficientes. Ele enfatizou os desafios enfrentados pelas empresas para atender a essas expectativas crescentes.

Paulo Fraga, CEO da Primova Ventures, falou sobre a aplicação da IA em várias frentes dentro da empresa. Ele mencionou o Cittamobi, um aplicativo que fornece informações em tempo real sobre transporte público. A IA é usada para qualificar dados enviados pelos usuários, como mudanças em pontos de ônibus e problemas de infraestrutura e essas informações são repassadas ao poder público para futuras melhorias. Além disso, análises operacionais ajudam a otimizar a frota de veículos, sugerindo, por exemplo, a troca de baterias ou veículos em determinadas linhas, o que resulta em maior eficiência e economia. Fraga também destacou o uso de chatbots com IA, que têm agilizado o atendimento ao cliente.

Guilherme Cavalcanti, fundador da Ucorp, discutiu as inúmeras possibilidades de customização proporcionadas pela IA. Ele citou um exemplo em que a empresa usou IA para resolver um desafio operacional, oferecendo vouchers de viagens gratuitas para atrair clientes a utilizarem veículos elétricos em trajetos específicos, otimizando assim a movimentação da frota. Cavalcanti mencionou outras aplicações da IA, como o uso de biometria facial para desbloqueio de veículos e a função no aplicativo que localiza pontos de recarga próximos.

Renato Rappoli, diretor comercial da 4 Smart Cloud, falou sobre as diversas soluções que a IA pode fornecer, mas alertou para a desigualdade na disponibilidade de dados no Brasil. Ele explicou que, enquanto em grandes cidades como São Paulo é possível cruzar dados de transporte público de forma eficiente, em outras regiões ainda se depende de informações em planilhas, o que representa um desafio significativo. Apesar disso, Rappoli acredita no potencial da IA para transformar o setor de mobilidade urbana no país.

O painel evidenciou como a inteligência artificial já está sendo utilizada para melhorar a eficiência operacional, personalizar serviços e proporcionar uma melhor experiência para os usuários.

No entanto, também ficou claro que ainda há desafios a serem superados, especialmente relacionados à uniformidade e qualidade dos dados disponíveis.

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